Frankenstein

“Genebra, 1816.

Imagine uma mansão na nebulosa Suíça daquele que passou a ser chamado de “o ano sem verão”. Foi nesse cenário que nasceu, na mente de uma jovem de dezoito anos, o inesquecível Frankenstein.

Em uma temporada de um verão incomum, Mary Shelley e um grupo de amigos literatos, entre eles Lorde Byron, desafiaram-se a escrever histórias de terror. Pouco mais de um ano depois, em 1818, o romance idealizado naquela noite foi publicado. Frankenstein: ou o Prometeu moderno mergulha no cerne da essência humana para criar um monstro aterrorizante. Tão terrível quanto o pior que há no ser.

Neste romance inovador, Victor Frankenstein, movido pelo desejo de criar vida por meio da ciência, desafia a barreira dos mortos para concretizar seus anseios. Porém, quando depara-se com o horror de sua criação, abandona seu monstro que, rejeitado e na mais terrível solidão, fixa em sua mente o extermínio de seu inventor.

Até onde vai a vingança de uma criatura nascida da ganância e da obsessão?”

Informações:

Editora: Novo Século

Autora: Mary Shelley

Ano da 1ª publicação: 1818

Ano desta edição: 2022

Gênero: Romance, Ficção científica

Páginas: 285

“O destino é poderoso demais, e suas leis imutáveis já tinham decretado minha destruição terrível e final.”

A história começa com uma troca de cartas entre os irmãos Margaret Saville e Robert Walton, um aventureiro que estava embarcado, navegando pelos oceanos bem ao norte. Ele envia quatro cartas à irmã contando sobre suas aventuras e desventuras no navio. é apenas em sua última carta que somos apresentados à uma criatura miserável e à beira da morte: Victor Frankenstein.

Levado ao convés, o capitão - Walton - se encarrega de garantir que o triste homem receba cuidados médicos e repouso. Os dois tornam-se amigos improváveis e, enquanto sua saúde se recupera, Victor conta sua história para o capitão.

Inicia-se a narrativa de Frankenstein!

É através dos olhos do homem que conhecemos sua infância e adolescência. Privilegiado com uma família de status, Victor sempre se mostrou inclinado para a ciência, apesar de priorizar o antigos alquimistas ao invés dos modernos doutores. Ele cresceu junto com Elizabeth, uma moça que - ainda criança - foi adotada pelos pais do rapaz, que esperavam pela união dos dois quando chegasse a hora. Temos ainda Henry Clerval, melhor amigo de Victor, apesar de apresentar uma personalidade mais calma e a aptidão para as letras que faltava no outro.

Ao chegar a idade de desenvolver sua educação superior, a família é abatida por uma tragédia: a mãe de Victor falece devido a uma doença chamada escarlatina. Após um período de luto, Victor segue com os planos que haviam sido decididos para seu futuro - estudar na universidade de Ingolstadt.

Lá, ele segue os estudos de filosofia natural - focando principalmente em química. Estuda os mortos, a decomposição, o funcionamento dos organismos, tudo e qualquer coisa relacionado à vida e à morte dos seres. É, assim, consumido pela obsessão de, através da ciência, dar vida a um ser criado por ele mesmo. Seguem-se dias, semanas, meses de foco, ansiedade e entusiasmos exacerbados.

“Já era uma da manhã, a chuva açoitava sombriamente as janelas e minha vela estava quase se extinguindo quando, sob a luz fraca do fogo quase apagado, vi o olho amarelo e opaco da criatura se abrir.”

Victor consegue dar a faísca da vida à sua criatura; porém, após o ser abrir os olhos, seu criador é tomado de pavor e repulsa, fugindo assombrado pela criatura que criara. Passam-se alguns dias, os quais o cientista vive alucinações e acessos de loucura. Clerval, seu amigo, o visita e - ao perceber o estado do jovem - cuida dele e manda notícias à família do enfermo.

Após melhorar, Victor decide seguir o exemplo do amigo e começa a estudar letras, querendo fugir de qualquer coisa relacionada à ciência e que o lembre da criatura a quem deu vida. Dois anos se passam, quando enfim decide retornar ao lar. Contudo, o que ele não esperava é que, ao chegar, encontrasse sua família em luto: seu irmão mais novo fora assassinado.

A culpa recaiu na empregada, com quem encontraram o colar do menino; entretanto, Victor sabia da verdade: o assassino de seu irmão fora a criatura que criara. Justine, a empregada, foi julgada e condenada à morte. Seguem-se dias repletos de dor e culpa.

Victor e sua família decidem passar um tempo em outra casa que possuem, para se afastarem do local que agora trazia tanta tristeza para eles. Nesse local, durante uma trilha nas montanhas, criador e criatura se encontram. Conhecemos neste momento o ponto de vista do monstro. Tudo o que havia vivido, como foi rejeitado, escorraçado e espancado por humanos enquanto procurava por empatia e compaixão. Conhecemos sua revolta e o início de sua maldade.

Ao final de sua história, o monstro pede então que Victor faça uma companheira exatamente como o fizera, para que não fique mais sozinho. Inicialmente, amedrontado por ameaças, o cientista aceita com a condição de que ambos os monstros ficariam longe da sociedade e dos seres humanos.

Sendo assim, o jovem decide embarcar em uma viagem para Inglaterra, de forma que fique longe das pessoas queridas para poder dar prosseguimento à tarefa a qual foi incumbido e que tanto abominava. Clerval decide acompanhá-lo na viagem, sem nada saber de seu verdadeiro propósito. Quando chegam à Escócia, Victor pede que o amigo o deixe seguir viagem desacompanhado, afirmando que depois eles se encontrariam para continuar a viagem que fora programada para eles.

Agora sozinho, e seguindo até uma ilha remota com poucos habitantes, dá início ao projeto. Porém, antes que fosse finalizado, em um momento de revolta e repugnância, decide destruir o pouco que já havia criado da tal companheira. O monstro ao ver isso é tomado por raiva e vingança, e assassina Clerval - situação que só é descoberta por Victor quando este desembarca, sem saber, no litoral da Irlanda e acaba sendo acusado no lugar do monstro.

Seguem-se mais dias de delírios e insanidade, dessa vez nas masmorras, até seu julgamento - onde é inocentado.

Procurando um pouco de paz e consolo, decide aplacar os corações de seus familiares ao cumprir com a promessa de casamento com Elizabeth. A única coisa que o assombra agora é a promessa do monstro de visitá-lo na noite de núpcias. Erroneamente, Victor acredita que esta promessa se referia ao fato do monstro finalmente matá-lo, ledo engano.

Com a morte de Elizabeth, o pai de Victor cai em desespero e morre nos braços do filho depois de alguns dias acamado. O jovem homem então, tomado por ódio e vingança, promete um último embate com sua criatura. Ou um morre, ou o outro.

Chegamos assim ao momento em que conhecemos Victor pela primeira vez, ele passou dias perseguindo seu monstro até ali. Por isso, faz seu interlocutor - Walton - prometer que, se aquele for seu momento de partida definitiva, finalize sua vingança, matando o monstro em seu lugar.

Victor Frankenstein permanece de cama e Walton, em suas cartas, relata que a febre não baixa. Ele permanece alternando em momentos de alucinações e sanidade até que seu último suspiro é dado. O monstro aparece ainda uma vez, para lamentar a morte de seu criador. Ele conversa brevemente com o capitão sobre seu remorso pelo que fez e promete dar um fim a própria existência agora que não há mais nada para dar sentido à ela.

“Minha imaginação era vívida, e meus poderes de análise e aplicação foram intensos; com a união dessas qualidades, concebi a ideia e realizei a criação de um homem.”

Muito antes de realmente ler esta obra, eu já conhecia um pouco sobre a sua história - obviamente é um clássico, QUEM nunca ouviu falar de Frankenstein? - e imaginava que o nome da criatura fosse “Frankenstein”, erro comum imagino!

A criatura em nenhum momento da narrativa recebe um nome, sendo chamada apenas de “criatura”, “monstro”, “demônio” e afins.

“Frankenstein”, na verdade, é o sobrenome do criador e personagem principal - Victor Frankenstein.

Outro fato que achei interessante foi a falta de detalhes sobre como o cientista deu a tal “faísca de vida” para sua criação, pois deixa aberto para interpretação e se encaixa muito com a temática que se segue - do personagem não querer que ninguém tenha acesso aos passos que ele deu para que não cometam o mesmo erro.

Na época em que foi lançado, realmente pode ter sido recebido como uma história assustadora e de terror; hoje em dia, porém, a sensação que passa é mesmo de ficção científica e experimentos malucos, despertando curiosidade e interesse no leitor.

Sobre essa edição em especial, tem algo que eu gostei muito: uma introdução da edição de 1831 antes do prefácio, escrito pela própria Mary Shelley, contando sobre a criação da história, como a ideia surgiu e sobre a publicação. Ela menciona o incentivo que seu marido, o poeta Percy B. Shelley, ofereceu e como foi ele quem escreveu o prefácio da publicação original - nesse momento ela retira qualquer crédito que ele possa ter recebido sobre a escrita da narrativa em si!

Eu, particularmente, gostei muito.

Recomendo - para quem possa se interessar pela obra - que assistam ao filme “Mary Shelley”, disponível na Netflix. Para que assim, possam entender um pouco mais sobre a autora e sua vida, os conflitos com o marido e, principalmente, tudo que a levou a escrever a obra que mudaria o curso de sua vida para sempre.

Responda lá no Instagram: qual é a sua versão preferida de Frankesntein?

"Agora acabou; eis minha última vítima!”

Frankenstein

Gostou do conteúdo?

Inscreva seu e-mail para receber notificações com as novidades sobre o Blog.

Mande um comentário!

Se você quiser mandar uma mensagem ou uma sugestão, clique no botão abaixo e acesse o perfil do Blog.

Ah, e não deixe de nos seguir!

We use cookies to improve your experience and to help us understand how you use our site. Please refer to our cookie notice and privacy policy for more information regarding cookies and other third-party tracking that may be enabled.

Obrigada pela visita!

© 2021 Born Literária

Instagram icon
Email icon
YouTube icon
LinkedIn icon
Twitter icon
Facebook icon
Intuit Mailchimp logo