Drácula

“Inspirada na história real de um governador cruel romeno conhecido como Vlad, Drácula foi lançado em 1897 e continua muito popular atualmente.

A obra é narrada através de cartas, diários e notícias que nos levam até a Europa Oriental, onde um advogado irá conhecer o Conde Drácula. Com cenas cheias de tensão, o livro é impossível de ser esquecido. É dessa história que nascem os mitos e lendas já ouvidos, superstições criadas e as melhores histórias de terror contadas. Unindo mitos interioranos, essa é uma história em que o medo é sentido através dos personagens e das cenas assustadoras criadas como uma sombra à espreita.

Há mais de cem anos, a história foi criada e ainda permanece viva, perturbando nossa imaginação.”

Informações:

Editora: Penkal (Edição Exclusiva Livrarias Família Cristã)

Autor: Bram Stoker

Ano da 1ª publicação: 1897

Ano desta edição: 2021

Gênero: Romance Epistolar, Terror

Páginas: 597

“Ela parecia morta dormindo, e agora morta, parece apenas adormecida.”

Drácula conta a história de um vampiro centenário que vive em um Castelo escondido na Transilvânia e que, apesar da população local ser repleta de lendas e superstições quanto a existência dele, nada é realmente revelado sobre o que essas pessoas realmente sabem ou se elas ao menos já o viram - ou, ainda, se são atormentadas diretamente por ele. Contudo, conhecemos o tal Conde, não diretamente, mas através dos olhos de terceiros (Jonathan Harker e a esposa, Mina, Dr. Seward, Lucy Wenstera e Dr. Van Helsing - lembrem-se desses personagens, pois, apesar de termos a presença de outras figuras importantes para a evolução da trama, são eles que narram).

Com o enredo desenvolvido em formato epistolar - ou seja, através de cartas, diários, notícias e telegramas -, a história não se aprofunda muito na origem do Conde Drácula, ou como iniciou-se o “vampirismo”, mas sim nas consequências da mudança dele para a Inglaterra e como ele afetou a vida dos personagens mencionados anteriormente.

Vamos por partes, pois observamos a história através dos olhos de cinco pessoas - ao mesmo tempo - o que faz com que isso fique um pouco confuso.

Primeiro: a história começa com Jonathan Harker, um (assistente de) procurador, que estava em viagem na Transilvânia com destino ao Castelo do Conde Drácula. Seu objetivo era fechar a venda de uma propriedade em Londres para o nobre. Porém, durante sua jornada, assim que as pessoas descobriam para onde ele ia, presenteavam-no com alho, crucifixos, objetos sagrados…, sem contar que sempre faziam o sinal da cruz para ele. Jonathan não entendia nada daquilo e achava tudo muito estranho. Bem… até chegar ao Castelo e passar a conviver diariamente com Drácula.

O ser de origem sobrenatural, fato até então desconhecido para Harker, era extremamente solicito, apesar de apresentar comportamentos estranhos, como por exemplo nunca fazer as refeições com Jonathan, desaparecer durante o dia, não ter espelhos em seu Castelo, não permitir que o rapaz saísse da propriedade e prolongar sua estadia para além do acordado previamente - insistindo para que o mesmo escrevesse cartas antecipadas sobre sua partida e as “confiscando” para que ele próprio as enviasse. Com o tempo, Harker começa a descobrir coisas as quais talvez não devesse ter conhecimento.

Quando chega a data da partida do jovem, Drácula tenta impedi-lo de ir ao utilizar seus poderes para atrair lobos selvagens à porta do Castelo, bloqueando a saída de Jonathan. Quando o Conde entrou em seu período de sono, o rapaz foge, escalando o muro. É nesse momento que perdemos rastro dele e passamos a conhecer a história através dos olhos de Mina, sua noiva.

Segundo: Mina Murray e Lucy Westenra são melhores amigas e, enquanto Mina está de casamento marcado, Lucy está a procura de um pretendente. A menina conhece três rapazes: Jack Seward, Quincey Morris e Arthur Holmwood. Durante suas correspondências, percebemos que os três estão apaixonados por Lucy e a pedem em casamento (em momentos diferentes do mesmo dia). Ela, porém, corresponde os sentimentos de apenas um - Arthur. Lucy e Mina passam um tempo juntas em Whitby para celebrar a felicidade de ambas em seus respectivos relacionamentos e para que a primeira apresentasse sua amiga ao noivo. Arthur, no entanto, atrasa-se em sua viagem por conta do pai, que estava doente.

É nesse período que o leitor descobre que os planos do Conde foram bem-sucedidos, ele desembarca no porto de Whitby e - talvez por um acaso, talvez por destino, talvez pelo autor - decide que Lucy será seu alvo. A jovem passa por momentos sofridos, já que era sonâmbula, e Drácula faz uso disso. Ela começa a enfraquecer, ficar extremamente pálida e apática, sem falar nos dois furinhos em seu pescoço que Mina não conseguia descobrir a origem.

Murray finalmente recebe um telegrama com notícias de Jonathan, que até então estava desaparecido, e vai até o hospital em que ele se encontrava, em Budapeste, com febre cerebral. Lá, eles se casam e Harker se recupera parcialmente do trauma vivido no Castelo. Enquanto isso, Arthur, preocupado com a saúde da noiva, pede para que seu amigo Dr. Seward fosse vê-la e examiná-la, pois sua saúde - apesar de vigorosa - não transparecia em sua aparência. Apreensivo com a situação da antiga amada, Seward pede para que seu antigo professor e amigo, Dr. Van Helsing, o ajudasse.

Terceiro: O enredo continua, agora, a ser contado intercalando entre os diários de Lucy e os diários de Jack. Com a chegada de Van Helsing, conhecemos seus métodos nem um pouco ortodoxos. Não é revelado nem sequer uma pista de suas suspeitas quanto ao que será que faz com que Lucy perca tanto sangue deforma tão rápida, mas o leitor sabe.

Apesar de todos os seus esforços, Lucy morre. Ou será que morre mesmo?

“Lembre-se meu amigo, que o conhecimento é mais forte que a memória, e nós não devemos confiar na mais fraca.”

Quem disse que “só vendo para crer” representa bem certos personagens dessa obra.

Descobrimos, então, o verdadeiro estado de Lucy Westenra (e de Drácula) junto com Jack Seward, que foi levado ao túmulo da jovem por duas noites seguidas pelo Dr. Van Helsing. O último apenas fez isso para que o jovem médico visse com seus próprios olhos o túmulo vazio - na primeira noite - e o túmulo preenchido pelo corpo intacto e belíssimo de Lucy - no segundo dia. É revelado pelo mais velho que quando mordido por um vampiro, a não ser que conseguissem matá-lo primeiro, se a pessoa morresse, esta também seria transformada em vampiro - ou morto-vivo, como é referido no livro.

Assim, com a ajuda de Arthur e Quincey, Van Helsing e Seward completam a difícil missão de trazer paz para a alma de Lucy. Só resta seu carrasco.

Mina e Jonathan, de volta em Londres, seguiam com sua vida de casados até que Van Helsing descobre a ligação entre as duas moças e entra em contato com a Sra. Harker, esta, por sua vez, pede ajuda ao doutor para que ele examinasse seu marido que, ainda que tentasse continuar normalmente, não conseguia superar os acontecimentos presenciados na Transilvânia. A história dos personagens, enfim, se conecta.

Todos se unem para caçar Drácula e começam a rastrear seus passos. Mina, em posse de todos os registros feitos, organiza-os cronologicamente, facilitando o trabalho dos homens - ela é, sem dúvidas, a personagem mais esperta e sagaz da obra. Infelizmente, o Conde percebe a movimentação deles e, como vingança, transforma Mina durante um batismo vampiro. Agora, eles precisam correr contra o tempo, não só para livrar o mundo desse ser sombrio, mas para tirar a maldição de vampirismo da jovem que se encontrava cada vez mais pálida e apática. Seu destino era claro, se morresse, transformar-se-ia em “morta-viva”, assim como Lucy.

Os personagens, portanto, partem em uma perseguição até a Transilvânia, buscando pegar Drácula enquanto ele estivesse em seu estado mais vulnerável (dormindo). Mina demonstra ter uma conexão mental com o vampiro e os guia pelo caminho percorrido pelo ser. Este, por outro lado, percebe sua desvantagem e tenta fechar essa porta mental, além de utilizar seus poderes sobrenaturais para desviar seu caminho. Esforços em vão, porque, assim que entendem o que aconteceu, os personagens retomam o caminho, desta vez divididos para cobrir mais áreas (Jonathan e Arthur pelo rio, Quincey e Seward pela terra, Van Helsing e Mina em direção ao Castelo).

Observamos, através dos registros de três personagens, uma sequência de desventuras e obstáculos enfrentados durante todo o trajeto dessa perseguição até a sua conclusão - com a morte de um personagem (que eu não vou dizer qual é, portanto, você vai ter que ler para saber!).

“Havia uma grande tumba, mais imponente que todas as outras. Era enorme e refinada na mesma medida. Nela havia apenas uma palavra escrita: DRÁCULA.”

Mas é claro que eu tinha que começar o ano com um clássico, ou não seria eu!- Feliz 2024! - (E estou simplesmente encantada por essa edição, de verdade, é tão bonita!!!)

Novamente uma leitura que me surpreendeu, pois apesar de ter conhecimento geral da narrativa (como muitos têm de Frankenstein ou Romeu e Julieta), eu nunca havia realmente lido a obra.

(Observação: eu já postei uma resenha sobre Frankenstein por aqui, não deixem de ler, está muito boa! Além de uma resenha sobre À Sombra de Romeu e Julieta - outro livro maravilhoso!).

É a minha segunda experiência com uma narrativa epistolar, e confesso que foi muito mais agradável - e, da mesma forma que a leitura da obra de Mary Shelley mostrou-me muito mais do que eu imaginava apenas pelo conhecimento Pop, a história da obra de Bram Stoker se mostrou ir muito além do que é falado sobre ele.

Afinal de contas, essa é a obra inaugural sobre vampiros, é daqui que surgiram as lendas e os mitos, Crepúsculo e The Vampire Diaries/The Originals/Legacies, entre outros…

Agora eu consigo entender de onde surgiu a ideia de “ingerir sangue de vampiro para se transformar” ou "não ter reflexos nos espelhos”, “não gostar de alhos”, “tonar-se um ser sombrio, por isso, andar apenas à noite” ou ainda “controlar a névoa” (como Damon Salvatore faz no primeiro episódio da primeira temporada de The Vampire Diaries) - controlar, no caso, todas as “forças sombrias” como é mencionado no livro.

Muitas referências encontradas nas mídias voltadas para esse gênero foram retiradas daqui, então faz um pouco mais de sentido para mim.

A obra não fala sobre a origem do Conde Drácula - Quem o transformou? Como isso aconteceu? Quem eram as três irmãs vampiras e qual a conexão delas com Drácula?

Não sei dizer se Bram Stoker escreveu alguma outra obra na qual retrata essas questões e o passado misterioso do personagem-título. A única coisa que podemos teorizar é em quem o autor se inspirou para criar esse ser das trevas - alguns pesquisadores dizem que foi no Vlad III, o Empalador, outros dizem que foi na Condessa Isabel Báthory, ainda outros dizem que tem influências literárias em Carmilla (1872), de Sheridan Le Fanu.

Talvez nunca saberemos a verdade sobre a origem desse personagem, mas que temos certeza de que foi um marco na literatura gótica e influenciou diversas gerações literárias, ah, isso sim!

Esse é um clássico que permanece vivo na cultura moderna e continua mostrando seu forte prestígio midiático até hoje!

No final das contas, foi uma leitura bem tranquila e envolvente, e mesmo que você já conheça o enredo e saiba o que vai acontecer, o desenrolar dos acontecimentos te mantém cativado na leitura - com um gostinho de quero mais.

Responda lá no Instagram: qual série de vampiros é a sua preferida?

“Vi o Conde deitado dentro de sua caixa sobre a terra, com a queda brusca da carroça, um pouco de terra caíra por cima dele. Estava mortalmente pálido, como uma estátua de cera, e os olhos vermelhos brilharam com um terrível olhar vingativo que eu conhecia muito bem.”

Bram Stoker

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