“Adaptada incontáveis vezes na literatura e no cinema, a narrativa de Alexandre Dumas encanta pelos segredos que esconde. Os Três Mosqueteiros vai além de uma história de capa e espada. Pode-se, inclusive, considerá-lo um romance de formação, pois conta a história do jovem D’Artagnan, que deixa sua terra e sua família para se tornar um mosqueteiro e servir ao Rei.
Ao conhecer os três cavalheiros, Porthos, Athos e Aramis, as aventuras do caminho, os desafios e as batalhas tornam-se mais atraentes e interessantes, pois D’Artagnan encontra neles aliados dispostos a defender juntos os interesses do rei Luís XIII da França e da rainha Ana de Áustria.
Publicada em folhetins em 1844, a mágica história de Dumas, transformada em livro no mesmo ano, retrata as intrigas da Corte. Esta adaptação convida o leitor a viajar pelos bosques, pelas hospedarias e pelos corredores dos palácios, onde são reveladas histórias de amor, de interesse e de poder que transformaram a saga dos mosqueteiros num clássico da literatura mundial.”
Editora: Pé da Letra
Autor: Alexandre Dumas
Ano da 1ª publicação: 1844
Ano desta edição: 2023
Gênero: Ficção histórica, Romance, Aventura
Páginas: 359
Um clássico, de fato, conhecido por muitos, Os Três Mosqueteiros conta a história de D’Artagnan, um jovem gascão - uma região do sudoeste da França - que busca ser mosqueteiro e servir ao Rei Luís XIII.
A história começa com o rapaz e despedindo dos pais (recebendo uma carta de recomendação do pai para ser entregue ao Sr. Tréville, líder dos mosqueteiros, pois este o conhecia de antigas batalhas) e seguindo seu caminho até Paris. Durante sua jornada, contudo, ele faz uma parada em uma hospedaria e é nesse momento que o leitor (e o personagem) tem um primeiro encontro com duas figuras que vão movimentar bem o enredo com suas vilanias: um cavaleiro e Milady. Nesse encontro ocorre um confronto entre os homens e D’Artagnan perde sua carta, precisando conseguir agora por conta própria o direito de se tornar um mosqueteiro.
Todavia, chegando em Paris as confusões não param! Em seu caminho o jovem tromba com três homens em momentos diferentes causando uma ofensa moral a eles. A solução? Um duelo. Sem os três saberem, o rapaz marca os duelos um após o outro no mesmo local. Athos, Porthos e Aramis chegam ao mesmo tempo e descobrem assim a bravura do moço. Ele lutam, porém algo os interrompe: a chegada dos mosqueteiros do Cardeal. Estes, apesar de “lutarem do mesmo lado” que os mosqueteiros do Sr. Tréville, não são aliados. Eles batalham e, cada vez mais, D’Artagnan prova sua valentia. É dessa forma que ele consegue do Sr. Tréville uma posição de aprendiz dentro da guarda do Sr. des Essarts.
No meio disso tudo, o dono da casa em que o nosso protagonista está hospedado aparece desesperado: sua esposa havia sido sequestrada. Ele pede ajuda de D’Artagnan, que não a nega. O que ninguém esperava era que o jovem se apaixonasse pela Sra. Bonacieux. A mulher era serva da Rainha Ana de Áustria e, por isso, envolvida nas tramas da Corte.
É aqui que a ficção começa a se misturar com a realidade: Ana de Áustria, casada com o Rei Luís XIII, tinha uma vida infeliz - era desprezada pelo marido e tinha na figura do Cardeal um inimigo político. O sacerdote tentava de todas as formas criar discórdia no meio do casal, alfinetando a Rainha e buscando expor um suposto romance que ela teria com o Duque de Buckingham.
Os mosqueteiros de Sr. Tréville, inimigos dos mosqueteiros do Cardeal, protegiam a Rainha de todas as formas. Sendo assim, ao proteger a Sra. Bonacieux, D’Artagnan passa a se envolver nos conflitos políticos do país.
O primeiro grande feito que nosso herói realiza acontece quando o Cardeal, descobrindo que a Rainha teve um encontro escondido com Buckingham, manipula o Rei para que este desse um baile e exigisse que a esposa utilizasse um colar de diamantes que ele a havia presenteado - sabendo que Ana de Áustria deu de presente o tal colar para o duque inglês.
Sentindo-se perdida, a Rainha recebe então ajuda de sua serva - a Sra. Bonacieux - que promete encontrar alguém leal que chegue até Buckingham para consegue a jóia de volta a tempo do baile. Esse alguém? D’Artagnan, é claro!
Com o auxílio de seus três amigos, Porthos, Athos e Aramis, ele parte em direção à Inglaterra em uma missão sigilosa. Com vários infortúnios encontrando-os pelo caminho, o jovem chega até o destino sozinho, cumpre sua missão e retorna para a França bem a tempo de socorrer a Rainha. É assim que D’Artagnan começa a ganhar a admiração e inimizade do Cardeal.
Após isso, a Sra. Bonacieux é raptada novamente e, quase ao mesmo tempo, o nosso herói encontra Milady, só que agora em outra situação. Ele rapidamente troca suas afeições de uma mulher para outra e passa a se envolver com essa misteriosa personagem. Infelizmente - para ele - descobre-se que ela era apaixonada por outro homem e estava apenas usando o rapaz com o objetivo de se livrar dele depois.
Ao descobrir isso, e o passado dela - que envolve Athos (leia o livro para descobrir!) - D’Artagnan lembra-se da mulher que primeiro conquistou seu coração e tenta descobrir seu paradeiro sem muito sucesso. Além de toda essa situação, uma batalha entre ingleses e franceses se iniciaria e os mosqueteiros precisavam defender seus monarcas.
É então que Athos decide ter um “acerto de contas” com Milady, salvando D’Artagnan de uma morte iminente, após várias tentativas frustradas da vingativa mulher, fazendo com que o jovem tivesse a chance de fazer justiça sobre o destino cruel que a Sra. Bonacieux teve, e que cotou com uma “mãozinha” da vilã.
Ao fim do livro, vemos como D’Artagnan torna-se mosqueteiro e como seus três companheiros seguem suas vidas longe das batalhas. Athos torna-se um rico herdeiro, Porthos casa-se com sua amante - quando esta fica viúva - e Aramis entra para o convento como Padre.
Essa leitura foi mais longa do que eu esperava - não pelo desenvolvimento do enredo, já que este é bem natural e rápido, mas pelos meus afazeres diários.
Já conhecia um pouco da narrativa, contudo gostei de acompanhar as aventuras destes personagens com mais detalhes e de ver o crescimento de D’Artagnan.
E, por falar no protagonista, devo dizer que ele me surpreendeu em uma área - e não foi uma surpresa boa. O jovem é descrito na obra como tendo apenas 20 anos de idade, vindo da Gasconha - uma região que, pelas descrições, era considerada bem de… “interior” -, sendo, portanto, um moço facilmente impressionável e, ainda assim, valente e corajoso. Ele tinha tudo para se tornar um cavaleiro de armadura brilhante, valoroso e honrado, não fosse por um único detalhe: a forma como ele muda tão rapidamente de “amores”.
Ao conhecer a Sra. Bonacieux, D’Artagnan se apaixona rapidamente e jura protegê-la e ajudá-la em todos os momentos e ele cumpre sua promessa , porém só até certo ponto da história. Ao se aproximar de Milady uma segunda vez, ele se deixa levar pela beleza e encantos da mulher, esquecendo-se que esta estava envolvida até o pescoço nas vilanias provocadas pelo Cardeal. Milady era a principal aliada do antagonista.
A forma como o personagem se mostra volúvel quebrou um pouco a expectativa de honra e moral criada pela imagem que eu tinha, se bem que sendo mosqueteiro não se podia esperar tanto - no decorrer do enredo, vemos eles envolvidos em jogos de azar, bebedeira e sendo amantes de várias mulheres importantes na Corte.
Outro detalhe que me incomodou um pouco na história foi o final. D’Artagnan, ao dar sua cartada final nos vilões, explica o que teria acontecido com sua primeira amada, motivo da vingança que realizava, porém tal acontecimento não é mostrado para nós, leitores. Não sabemos se o que D’Artagnan diz é verdade ou se ele ao menos chegou a encontrar a bela jovem outra vez.
Parece que certas coisas foram cortadas do enredo, não sei dizer se isso é uma problemática apenas desta edição ou se é algo que acontece em seu original também, mas a impressão que fica é que faltou informação, faltou história!
O que de fato aconteceu com a Sra. Bonacieux depois que ela foi raptada pela segunda vez? Que fim ela teve?
Durante a jornada dos quatro mosqueteiros até a Inglaterra o que aconteceu com Porthos? Como ele se separou dos demais?
Esta é outra informação que falta: ao final de um capítulo eles estão todos juntos e decididos a não se dividirem para não sofrerem ataques e no início do capítulo seguinte D’Artagnan está dizendo que eles aguardam Porthos, mas no fim decidem seguir sozinhos… o que aconteceu neste meio tempo?
Enfim, ignorando tais detalhes, a leitura foi bem proveitosa e este é, sem dúvidas, um clássico que merece ser lido mais vezes. Me lembrou muito as histórias de cavalaria e As Lendas do Rei Arthur e seus Cavaleiros.
E você? Na sua opinião qual é a melhor adaptação de Os Três Mosqueteiros? - Corre lá no Instagram e comenta no post dessa obra a sua resposta. Te vejo lá!
Alexandre Dumas
Inscreva seu e-mail para receber notificações com as novidades sobre o Blog.
Se você quiser mandar uma mensagem ou uma sugestão, clique no botão abaixo e acesse o perfil do Blog.
Ah, e não deixe de nos seguir!
We use cookies to improve your experience and to help us understand how you use our site. Please refer to our cookie notice and privacy policy for more information regarding cookies and other third-party tracking that may be enabled.