Sra. Poe

“Ele era o maior gênio literário da Nova York do século XIX, misterioso e encantador.

Ela era uma jovem e talentosa poeta, vulnerável e tomada de desejo.

Só uma pessoa poderia ficar no meio de sua paixão avassaladora.”

Informações:

Editora: Bertrand Brasil

Autora: Lynn Cullen

Ano da 1ª publicação: 2013

Ano desta edição: 2016

Gênero: Ficção histórica, Romance histórico

Páginas: 390

“A loucura se espalha como um pingo de tinta na água. Logo já não se sabe quem é louco e quem não é.”

Escrito por Lynn Cullen e publicado pela primeira vez em 2013, Sra. Poe é um romance que eu não esperava encontrar. Baseando-se em fatos reais muito mais do que eu imaginava, a autora traz à vida personagens históricos que já estão em suas sepulturas há um bom tempo…

Se você é um leitor amante de terror e mistério, poesia e, principalmente, Edgar Allan Poe, esse livro é para você!

Trazendo os acontecimentos da Nova York de 1845, Lynn nos conta sobre o primeiro encontro entre Poe e a poetisa Francis Osgood, no inverno desse ano, mesmo período em que o poeta e crítico literário alcançou a fama e o estrelato com seu famoso poema “O Corvo”. Todos estavam encantados com seus poemas e contos sombrios, o que trazia problemas para Osgood - uma poetisa que falava sobre o amor e sentimentos delicados, além de ser conhecida por escrever poemas e traduzir histórias infantis.

Apesar de suas diferenças, logo os dois se encantam um pelo o outro. O problema? Ambos já eram casados com outras pessoas: Francis era esposa do pintor Samuel S. Osgood (que abandonou a esposa e duas filhas para ficar com as amantes) e Edgar era marido de Virgínia (sua prima direta, com 14 anos de diferença!).

Para os menos informados: sim! Poe se casou com sua prima Virgínia quando ele tinha 27 anos e ela, meros 13 anos de idade!

A trama se desenvolve ao redor dos flertes públicos que os poetas trocavam em suas publicações, os ciúmes de Virgínia e a posição complicada de Francis ao ser abandonada pelo marido com duas filhas pequenas.

Aquela era uma sociedade que pouco favorecia as mulheres e os escritores, imagine uma mulher escritora! Apenas duas em todo o país conseguiam realmente se sustentar só com a Literatura.

“É como se produzir um trabalho criativo dilacerasse um pedaço da alma. Uma vez exposta a dor por inteiro,  a ferida precisa sangrar por um tempo. Quão similar é abrir mão de um sonho, da esperança ou do desejo de seu coração.

Faz-se mister se abrir e os deixar exaurirem-se.”

Quem é leitor de plantão e fã de E. Allan Poe, sabe que os poetas não ficaram juntos vivendo felizes para sempre.

E não, isso não é um spoiler, é a vida de duas pessoas famosas. Basta dar um Google!

Após muitas idas e vindas, Francis se reconciliou com o marido e viveu um casamento de aparências. Já Poe, infeliz com o rompimento e atormentado pela doença terminal da esposa, viveu seus últimos anos em decadência.

Virgínia faleceu em 1847 de tuberculose. Poe a seguiu em 1849 - após dois anos extremamente infelizes e solitários. Em 1847 ele não só perdeu a esposa, mas foi também o ano do rompimento com Francis e o ano em que a filha mais nova dela, Fanny Fay, suposta filha de Poe, também faleceu; a partir daí, seu comportamento, riqueza, reputação e saúde só decaíram até, enfim, seu sofrimento acabar.

Francis morreu em 1850, 7 meses após o amado, de tuberculose. Suas duas filhas - Ellen e May Vincent (filhas dela com o marido, Samuel) faleceram um ano depois, também de tuberculose. Samuel S. Osgood, após a morte da esposa, reuniu em um volume os poemas escritos por ela - inclusive os que ela escreveu para Poe.

“Uma voz - a voz para a qual todos vivemos - sussurrava daquele ponto íntimo que todo escritor conhece, mas não compreende.”

Jamais pensei que aprenderia tanto sobre a vida de um autor através de um romance, ao invés de uma biografia!

É fato que muitas coisas foram criações de Lynn Cullen, porém é o que imagina-se que pode ter acontecido, são momentos que o leitor - um fã e admirador - concluiria para preencher os pontos em brancos que foram perdidos pelo tempo.

Se você é um “bookstan” e admirador dos poetas - e de Poe - você vai AMAR esse livro. É leve, envolvente e emocionante, com muito mistério e romance. Foi realmente um grande achado. Super recomendo!

Depois me conta o que achou?

“I know a noble heart that beats.

For one it loves how “wildly well”.

I only know for whom it beats:

But I must never tell!

Hush! Hark! How Echo soft repeats, -

Ah! never tell!”

Francis S. Osgood

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