“Ruth nasceu em uma Londres ainda muito marcada pelo fim recente da Segunda Guerra Mundial. Uma criança observadora e pensativa que se vê diante de um mundo adulto confuso, misterioso e de histórias incompletas. Seu maior refúgio está nas lembranças de um tempo mais simples, quando visitava seus avós em Norhambury. À medida que se aproxima da própria adolescência, Ruth descobre a motivação para perseguir o seu sonho de se tornar uma pianista renomada, ao mesmo tempo que se depara com os segredos de sua família ao longo do caminho.
A pequena pianista é um romance sobre a natureza imprevisível do comportamento humano e sobre assumir o controle do próprio destino, apesar dos desafios. Uma história sobre diferentes tipos de amor entre pais, avós e crianças, entre jovens descobrindo a primeira paixão e, acima de tudo, o amor pela música.”
Editora: Única
Autora: Jane Hawking
Ano da 1ª publicação: 2016
Ano desta edição: 2017
Gênero: Ficção, Romance
Páginas: 460
A história começa com os pais de Ruth, nossa protagonista, discutindo sobre uma possível mudança - a mãe de Ruth tem um temperamento bem inflamável... No decorrer do livro aprendemos que a menina, tão observadora, é bem distante dos pais - distante da mãe, para falar a verdade, que a faz chamá-la pelo nome (Shirley) ao invés de “mãe”.
Acompanhamos tudo através dos olhos de Ruth que a partir dessa primeira cena nos leva com ela, em uma recordação, para quando a mesma tinha 4 anos e sua mãe teve de ser levada as pressas para o hospital ao sofrer um aborto - Ruth não sabia o que estava acontecendo na época, apenas sabia que era grave, que Shirley foi levada para o hospital depois de gritar “o bebê, o bebê” e que seu pai teve de levá-la para a casa dos avós no campo para que pudesse acompanhar a esposa.
Acompanhamos então o que viriam a ser os melhores meses da até então curta vida de Ruth. Lá, seus avós a tratavam com amor e carinho, cuidavam dela, davam brinquedos e a ensinavam a fazer as coisas. Ruth aprende a andar de triciclo, a ajudar sua avó na cozinha, a cuidar do jardim, aprende sobre o aquecedor a gás, sobre as ferramentas do avô, sobre seus parentes - tios e primos que até então ela nem sabia da existência - e o melhor de tudo: aprende sobre um piano que era de sua falecida tia Evelyn, a quem ela se lembra de forma muito vaga.
Conforme Ruth vai aprendendo sobre Evelyn, a quem ela se sente muito conectada, ela vai se afeiçoando cada vez mais ao instrumento. Até mesmo chega a desejar que Evelyn fosse sua mãe ao invés de Shirley, que sempre a tratou com distância e até mesmo certo desprezo, diferente do pai que era muito carinhoso e ingênuo, de acordo com a opinião dela.
Depois que Shirley é liberada do hospital, chega a hora de Ruth ir para a casa, porém isso é feito de forma muito abrupta - no dia do aniversário de 5 anos dela, o qual ela nem ao menos pôde comemorar já que o pai a levou as pressas de volta para casa. Ao chegar, Shirley não dá a menor atenção para a filha. Ruth passou despercebida em seu próprio dia especial!
À partir daí, vemos o relacionamento distorcido entre mãe e filha, que por algum motivo não a aceita. Confesso que durante a minha leitura, cheguei a pensar que Ruth não fosse filha de Shirley e que, por isso, a mulher a tratava dessa forma.
Assim como Ruth, pensei que Evelyn seria sua verdadeira mãe, principalmente porque é citado muitas vezes as semelhanças físicas entre as duas em contrate com a aparência de Shirley. Porém, ledo engano.
Acompanhamos, então, como Ruth começa a praticar e se apaixonar pelo piano, porém ela não pode revelar nada para os pais, pois na única vez em que comentou que sabia tocar, foi repreendida pelo pai, enquanto a mãe entrou em surto.
Ruth cresceu sem poder fazer nada do que realmente gostava, e sem poder compartilhar seus talentos com os pais. Certa vez, quando a menina pediu para fazer aulas de balé, pois sua melhor amiga também fazia, seu pai disse que não poderia pagar, pois precisava gastar todo seu dinheiro com as compras excessivas que a esposa fazia para se sentir bem consigo mesma. Ruth teve que passar suas tardes, uma vez por semana, assistindo sua amiga dançar balé, enquanto ela não podia.
Aos poucos, o leitor percebe que Shirley sofre de depressão e que, muito provavelmente, teve depressão pós-parto e, talvez, seja esse o motivo dela não gostar tanto de Ruth (?).
A menina, conforme cresce, se torna cada vez mais talentosa, assim como sua tia Evelyn foi. Outra coisa que descobrimos é que Evelyn foi uma pianista concertista muito famosa, e que Ruth é um prodígio. As únicas pessoas que sabem sobre o segredo dela e que a ajudam são sua avó, Nan, e sua antiga professora, Sra. Lake - ambas a ensinam como tocar piano e a auxiliam no desenvolvimento de seu talento.
Quando já está chegando à adolescência, por volta de seus 12 anos, Ruth novamente vai passar um verão inteiro na casa da avó. É lá que ela conhece Piers, um menino de 15 anos que também é pianista e irá se apresentar em um concerto de sua escola - Eton College. Acompanhamos então os encantos do primeiro amor, a primeira insegurança e o primeiro desapontamento de Ruth.
Piers a incentiva e a ensina muito sobre o papel do piano em um concerto. É nele, em sua avó e em sua tia que a menina pensa sempre que vai tocar.
Por fim, um dos professores de música da High School de Ruth a observa tocando e a convida para participar do concerto de final de semestre que ele está organizando. Ruth aceita, porém o momento de revelar a verdade sobre seu talento para seus pais fica cada vez mais perto e, com isso, o medo de ser proibida de tudo que a liberta também.
Pouco antes de seu concerto, a avó de Ruth sofre um acidente em casa e falece, com isso, Ruth acaba por não revelar nada para seus pais, porém comparece ao concerto e se apresenta mesmo assim. O que ela não esperava é que sua mãe estivesse na plateia.
No final, os pais de Ruth acabam descobrindo tudo, e o que é mais incrível: Shirley fica encantada e a apoia completamente, enquanto seu pai é quem fica furioso, pois a culpa pela morte de Nan, já que senhora sofreu o acidente em casa, pois estava descendo com uma mala - ela iria para Londres, para assistir a apresentação de Ruth.
No fim, tudo se acerta e Ruth pode, finalmente, deixar seu dom embalar a todos os ouvidos que a escutam.
Devo confessar que a minha leitura, dessa vez, foi bem lenta, pois o enredo desse livro realmente é lento (levei uns 2 meses, mais ou menos), as coisas demoram para acontecer e progredir…
Com muitos mistérios envolvendo a família de Ruth e a relação deles entre si e com o piano, chega a ser frustrante ler e acompanhar tudo através dos olhos da menina.
O final é um pouco abrupto e não é revelado tudo.
Terminei a leitura e até agora não sei o porquê da mãe de Ruth não gostar dela até basicamente o final do livro ou por que ela não gostava de piano nem da tia de Ruth, Evelyn, não sei o que aconteceu durante a Guerra que afetou tanto os pais de Ruth, nem o porquê de Shirley ter demonstrado tanto interesse no crush da filha.
Ah, falando nele, também não sei o que aconteceu com Piers já que, depois do verão, ele nunca mais apareceu… não sei se ele e Ruth voltam a se encontrar no futuro, mas eu espero que sim!
De todos os mistérios apresentados no livro, poucos são solucionados e revelados. Me deixou com uma sensação de que o livro está incompleto, sabe? Que faltam páginas ao final dele que respondam a todas essas perguntas…
Não sei se isso foi proposital - criando assim um gancho para um possível próximo livro, já que acompanhamos a vida de Ruth apenas até os seus 12 anos - ou se o enredo é realmente assim, o que seria uma baita falha (na minha humilde opinião).
O que posso afirmar com segurança é que, durante a leitura, eu fiquei fascinada por concertos de piano. Fiquei o tempo todo pesquisando todas as sonatas e músicas mencionadas.
Um detalhe interessante é que antes de começar a leitura, pelo menos nesta edição, é apresentado um link para uma playlist. Amei!
Inclusive, vou deixar ela liberada aqui!
Jane Hawking
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